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segunda-feira, 22 de julho de 2013

DIRETO AO PONTO!




Direto ao ponto!
Num excelente artigo publicado na VEJA desta semana,o jornalista Jerônimo Teixeira ,falou sobre o livro digital e sua influência no mercado editorial de hoje.
Citou as ferramentas de autopublicação como a tábua de salvação dos autores independentes,aqueles sem espaço,voz e vez nas grandes editoras.
Como ainda não inventaram a bolsa – talento,para os pequenos,como eu e a torcida do Flamengo, o jeito é inventar,inovar e reinventar,sempre.
“Nunca houve melhor tempo para ser escritor,ou leitor” diz Hugh Howey,ele mesmo um importante autor de livros digitais,cuja obra já o levou ao cinema.
Verdade,quando a gente lembra as peregrinações ás grandes editoras, o descaso como somos tratados ,gastas as solas dos sapatos e os selos do correio.De volta,recebíamos desilusões e decepções.
Desde cedo,rebelde com uma causa – mostrar os meus livros – me rebelei contra esta exclusão e criei minha própria editora;embora trabalhando sob demanda,ainda assim abri caminho e  espaço para pequenos autores,hoje,na mídia,com seus livros vendidos e publicados,alguns já na segunda edição.
Mas,ainda não estava satisfeita.O custo do livro impresso é assustador e o autor paga caro por ele;se não vende ,o prejuízo não é ,apenas,psicológico e não afeta apenas as emoções,mas,também,o bolso.
Já em 2008 fiz de “Maktub” o meu primeiro livro digital;estava escrito que não ia parar por ai e logo veio “As Filhas do General”e,agora,graças a ter encontrado uma boa parceria,minha editora entrou de corpo e alma no livro do futuro.
Três dos meus livros já estão no kindle:”A Bahia de Outrora”,”Contos Apimentados” e “Contos e Causos”.As duas Seletas da Editora,”Traços e Compassos” e “Os 7 Pecados Capitais”.Entre nossos autores,os poetas Paola Rhoden e Luiz Miranda,aderiram.Paola publicou “Caminhos Sem Volta”,”Dezessete Anos” e a versão digital de “Apenas A Dor do Depois”,seu magnífico livro de poemas.Luiz fez a versão em e-book do instigante “Cabaré In Verso”,em cuja capa foi feita uma caricatura sua,no lugar do rosto do Toulouse –Lautrec,no Moulin Rouge.Porque não?Capas impactantes funcionam muito nos e-books,como diz o poderoso ,Nadder Kabbani. da Amazon.
Segundo pesquisas da PricewaterhouseCoopers,o livro digital ,em quatro anos vai superar o livro impresso no mercado estadunidense.No Brasil ,o processo é mais lento,mesmo porque o acesso á Internet ainda é para poucos.Assunto para preocupar as livrarias e algumas editoras e,principalmente,os agentes literários,mas,todos esses sempre existirão,embora,em número bem mais modesto.
O preço para se converter um arquivo Word em digital é ínfimo se comparado com os gastos do livro impresso.Uma proporção de $3000 para $600!
Além disso,as fatias dos direitos autorais aumentam,no Amazon 70% do valor fica com o autor.Se você imaginar que,hoje,deixamos 50% dos nossos já parcos lucros com o livreiro apenas para expor nossos livros,vocês podem sentir o tamanho da encrenca.E, o tempo ,também conta.Carregado o texto no site da Amazon em um dia o livro estará á venda,atingindo leitores no mundo inteiro.

Kabbani fala com orgulho que sete nomes publicados na Amazon  já venderam mais de 1 milhão de cópias,entre eles,”50 Tons de Cinza”,pois,a autora começou lá até ser percebida pelas grandes editoras.
Como não há beleza sem senão,as obras que mais vendem  são os livros de ficção científica,romances e livros para adolescentes.Livros populares,secos,sem grandes atrativos ,de formatação simples;se o autor tiver pretensões literárias ou estéticas,não deve procurar esta ferramenta.
No Brasil ainda não dá para viver de literatura, mas,chegaremos lá.Na verdade,já avançamos um bocado,desde que comecei a publicar em 2008.
O segredo  para ter sucesso com e-books é se adequar aos gêneros preferidos ,citados acima,escrever uma boa sinopse que instigue o leitor,cuidar para que a capa atraia a atenção e cobrar o preço justo,nem muito caro,nem barato demais.
Se você gosta de escrever séries como Harry Potter,está fadado ao sucesso,pois,um livro puxará outro.
Quer publicar?Experimente esta ferramenta e siga em frente!

*Pimenta Malagueta Digital,nossa editora,está do seu lado.

Fale conosco:miriamdesalesoliveira@gmail.com




NOSSA PÁGINA NO AMAZON








quinta-feira, 18 de julho de 2013

DANTE ALIGHIERI,ORGULHO DA RAÇA HUMANA


DANTE ALIGHIERI, ORGULHO DA RAÇA HUMANA

Quem és tu que queres julgar, / com vista que só alcança um palmo, / coisas que estão a mil milhas?
Dante Alighieri

Louvado por  muitos,imortalizado por tantos,presente nos best-sellers de Dan Brown,descrito por Bocaccio como “nosso poeta de estatura mediana,moreno ,de cabelos e barba negros e crespos, que,alcançando a idade madura estava se tornando um tanto pesado,de andar solene e suave,sempre vestido corretamente,com trajes que mais o favoreciam;rosto comprido,nariz aquilino,com olhos ao mesmo tempo grandes e pequenos,queixo marcante ,boca cujo  lábio superior sobressaía no rosto melancólico e meditativo.”
O poeta era um  solitário,vivia isolado no seu mundo onde só a busca do   conhecimento  parecia importar,pois ,a sede do saber nunca o abandonava.Orgulhoso por demais,nunca se submetia aos desejos dos poderosos a quem mandava,literariamente,para o Inferno.Por isso,teve que passar a vida no exílio e morrer longe da Florença que tanto amava.
Sua primeira obra chamava-se “Vida Nova”;continha 42 páginas de prosa e 31 poemas de métrica variada e fala do amor de Dante por Beatriz,desde o primeiro encontro até a morte dela.
Exemplo de amor imortal e profundamente infeliz,Dante e Beatriz formam o mais eterno e louvado casal da literatura em todos os tempos.

No último capítulo já se esboçam as primeiras linhas do que seria a “Divina Comédia”,uma obra que,segundo Dante,foi toda escrita em louvor ao seu grande amor.
“Assim,diz Dante,se for do agrado de Deus,a quem todas as coisas devem a vida,se me forem dados mais alguns anos,espero escrever sobre ela aquilo que nunca foi escrito sobre nenhuma mulher.”
Banquete, escrito em italiano vulgar, é uma coletânea de quatro tratados criados como um convite para os excluídos na partilha do conhecimento,esse bem supremo da Humanidade.É um estudo acadêmico sobre a Filosofia Medieval,uma tentativa de reconciliar a doutrina cristã com a escola de Aristóteles,clássica do pensamento.
Já “A Vulgar Eloquência”,escrito em latim e inconcluso,o autor debate a importância do emprego da linguagem popular,que denomina de “ilustre,fundamental,culta e crítica”.
“Monarquia”,uma reunião de três livros, onde  usando  a metáfora dos dois   sois,Dante fala dos seus ideais políticos e defende uma separação entre o poder imperial e a religião.


BEATRIZ
Beatriz Portinari ganhou glória e fama por ser o amor de Dante. É uma das musas da Literatura,como Laura,de Petrarca ou Julieta,de Shakespeare.
Amor de  infância,Dante era um menino de 9 anos e Beatriz,uma menina de 8,quando se viram pela primeira vez.
Ele confessou-se apaixonado assim que a viu e lhe foi fiel durante toda a vida.Toda sua obra literária foi dedicada a ela,sua eterna inspiração.
Beatriz morreu aos 24 anos e apenas se viram mais uma vez,segundo Dante;como ambos eram membros de importantes famílias florentinas e ela ,uma mulher casada,talvez Dante tenha omitido algumas passagens.
Dante casou-se com Gemma di Manetto,a presença de Beatriz na sua obra,nos seus pensamentos e sonhos,foi eterna.Ela foi sua guia no Paraíso e o poeta ,Virgílio,no Inferno.
E, Beatriz,também teria amado Dante tanto assim? Incógnita!
Filha do banqueiro Folco Portinari,muito bela ,segundo seus contemporâneos,teve uma vida pouco conhecida e muitos duvidam da sua existência,cuja única prova é o testamento do seu pai e um hospital de Florença feito ás suas expensas.Era esposa de Simone de’  Bardi,teve seis filhas e era vizinha de Dante.


A DIVINA COMÉDIA
Quando foi escrita em 1308,a “Divina Comédia”,ainda não era Divina.Esse adjetivo foi criado por Bocaccio,no sec.XVI.
São 14.233 versos divididos em tercetos.O personagem principal é seu autor,Dante,e descreve sua jornada aos 35 anos;a obra se passa durante a Semana Santa,nos três dias de oração que precedem o banquete.
Visitando os três reinos subterrâneos  –Purgatório,Inferno e Paraíso –  Dante e seu guia ,o maior poeta clássico da antiguidade,Virgílio,encontram personalidades do passado e do presente.
Esses personagens são usados como prenúncios: no inferno,eles citam os pecados mortais que podem levar á danação eterna.No Purgatório,a alma ainda pode ter esperanças de redenção e se purificar dos pecados menos severos;no Paraíso,Beatriz acompanha Dante na visita aos nove céus do Paraíso,onde,finalmente, ele pode ver a face  Deus.

Instigante,fascinante e eternamente citada,essa obra atravessou séculos,tratando desde os conflitos políticos de Florença,que o levou ao exílio até um debate sobre pecado e redenção.
Rica em  expressões, dialetos,neologismos e dotada de  belas expressões literárias,a obra privilegia o Latim como língua clássica,mas,não esquece de mostrar o valor dos dialetos italianos,tudo num texto sublime produzido por um gênio da raça humana.
*Miriam de Sales é escritora,editora e blogueira
www.mirokca.com
Twitter:@miriamsales
Facebook:Miriam de Sales Oliveira







 Baixe,grátis,"A Divina Comédia" neste link:

                                    www.baixaki.com.br/download/a-divina-comedia.htm

segunda-feira, 8 de julho de 2013

FEIRA LITERÁRIA "AO PÉ DO CABOCLO"

Com a duração de três tardes ,a Fundação Pedro Calmon,estendeu esta Feira,afim de homenagear a Independência da Bahia,no 2 de Julho.
Houve uma boa frequência de público comprador e nossa Editora, a Pimenta Malagueta,não poderia deixar de participar e interagir com escritores e público leitor.
Abaixo,fotos da festa:


                                                   Nosso novo autor,o poeta Robson Lemos Bahia



Eli,da Fundação Pedro Calmon


Vice-Prefeita ,Célia Sacramento,prestigiando a Feira


Reunião de escritores



Pimenta na boca de uma editora é refresco
                                                Autografando "Contos Apimentados"


O poeta Josué Ramiro,a poetisa Varenka de Fátima e o escritor e ativista Valdeck de Jesus


Marina Gentile,poetisa e amiga,reverenciando a Cabocla,símbolo do povo brasileiro

                              A CABOCLA E O CABOCLO,SÍMBOLO DO POVO BRASILEIRO

                                                                  Tony Arroio ,do Gabinete Português


                                                                 Pablo Rios,um dos nossos escritores






VIDA DE EDITOR

           

Festas Literárias,um meio eficaz para vender e divulgar livros dos autores
                     VIDA DE EDITOR

“-Jesus, menina,como é que você que tem uma vida tão tranquila se meteu com esta josta de editora?
Quer criar um inferno ,aqui,quer? Não basta aquele que com certeza você foi escalada e virá após a morte ,pois,lá no céu não gostam de irreverentes nem questionadores ,como você?!”
 Pois é,eu poderia ter seguido o conselho deste bom amigo e ficar apenas  blogando,escrevendo para sites e publicando livros.
Eu podia,como diria Mestre Raul,o Seixas,ficar satisfeita com meu salário mensal e até comprar um Corcel /73,se ainda encontrasse algum em bom estado.
Mas,procurando sarna pra me coçar, resolvi editar livros,meus e dos outros.Uns corajosos,como meu amigo Cacá ,lá das Minas Gerais  e uns outros que seguiram esse caminho da confiança e da esperança; esperança de receber livros bem feitos, bem editorados,sem borrões,  cujas páginas não soltassem e a tinta não manchasse os dedos.
Por se tratar de uma editora baiana, cuja dona é uma baiana   setentona,muita gente torceu o nariz.
-Que nada,coisa boa só vem do sudeste.
O caso é que nem todos   têm tempo,temperamento ou paciência para ter uma editora; é quase um trabalho monástico, de doação, que ocupa cerca de doze horas do seu dia.
Pois,parir um livro é um parto difícil;e,no Brasil,além de difícil, caro e arriscado.
Primeiro a gente tem que conquistar a confiança do autor,principalmente,no caso das editoras como a minha que recebem dinheiro dos autores para publicar seus livros.
Recebido o dinheiro e o arquivo,começa a gestação.
O livro precisa ser,não apenas revisado,mas,copidescado,diagramado  e  precisa ter uma capa.
Daí,temos que escolher uma gráfica, onde começa nosso calvário,sem direito a verônicas nem cireneus.
Gráficas começam a ser o caminho onde todo editor se enlameia .Sempre digo que o problema do escritor é a gráfica e o problema da gráfica é a editoração.É lá que as palavras se perdem,os arquivos viram de ponta cabeça e o capítulo 17 vai  parar junto ao 64 que contém um finalzinho que deveria estar no capítulo 84.
Duvida,cara pálida?
Pois aconteceu comigo.E, se eu não fosse essa neurótica que lê tudo,olha tudo e fiscaliza tudo, a vaca teria ido direitinho para o brejo.
E a reputação da editora ia junto.
Eu até mudei os versos do poeta :
Vigiai,diz Salomão
 noite e dia a editoração.
Pois é dela que nos vem,
Todo mal e todo bem.
Para parir um livro temos três tipos de parto:
O Normal:
Recebe-se o arquivo,o autor paga, a gente encaminha para a  a diagramação ,para o capista,o autor aprova,céu de brigadeiro.
Na gráfica,tudo perfeito. A “boneca” veio correta, o autor aprovou,o livro vai para a gráfica e sai legal.
Deo gratias!
O parto demorado é aquele que o bebê livro fica atravessado:atravessa a diagramação, a capa é trocada várias vezes por desejo do autor,muda-se a cor , troca-se a orelha, a boneca vem cheia de erros ,volta,torna a voltar,depois de tudo pronto o autor quer mudar ou tirar alguma coisa,volta tudo á estaca zero,enfim,o livro é impresso.Pois ,acreditem,tem autores que pensam que livro é vestido de casamento;muda isto,aumenta o comprimento,aperta aqui,põe uma rendinha  lá...
Aleluia!
O parto cesariano ou de fórceps é aquele que tudo dá errado;revisão com erros,diagramação modificada várias vezes,diagramador exausto  e jurando não fazer mais nada,editor arrancando os cabelos,prazos vencidos, capa não aprovada e até o bendito código de barras que vem pronto junto com o ISBN,questionado pelo analista.
Sobrevivendo a ameaça de infarto ,o editor liga  para os responsáveis,pra gráfica e solta os cachorros.

A gráfica manda de volta o arquivo.Errado; vamos questionar o diagramador que prova a você que enviou certo.
Vade retro,Satanás!
Nesta altura,vendo tudo vermelho,você entra na sua salinha secreta e faz meditação zen.
Só lhe resta rezar para o santo protetor dos editores (se é que existe algum besta que queira assumir esta função) e pedir para o resto correr bem.
Enfim, o livro chega certinho,lindo,cheiroso,colorido, pronto para as livrarias.
E, aí começa  outra parte da novela,vender o livro.
Ainda quer virar editor, cara pálida?
Um dia ainda chuto  o pau da barraca,pego num fuzil e vou pro Afeganistão.
É bem mais tranquilo.